A razão principal da motivação pessoal em concorrer a uma vaga nesta disciplina é buscar compreender, aprofundar e refletir sobre as profundas transformações que têm ocorrido nas relações econômicas atualmente, conjuntura na qual, os mercados vêm sofrendo velozes desregulamentações face à complexidade e mudanças instaladas na era globalização. Percebe-se que as principais causas têm sido provocadas por sistemas globais de comércios e de trocas de informações cada vez mais complexas, resultantes da consolidação da era da informação e dos avanços tecnológicos que tem permitido trocas de informações cada vez mais ágeis e sofisticadas.
Nesse contexto, novas concepções tanto no aspecto das organizações, da tecnologia, da indústria e das relações de trabalho vão se delineando e a humanidade tem a necessidade de apresentar respostas para questões como à crise do trabalho, provocada pelo desemprego estrutural e à crise ambiental que comprometem a sobrevivência da própria humanidade. Assim, percebe-se que tanto a administração quanto a tecnologia estão intrinsecamente vinculadas ao conhecimento e ao desenvolvimento econômico.
Dessa maneira, a valorização dos espaços educacionais se tornou imprescindível para a sobrevivência da nossa espécie, na medida em que o aumento da produtividade não é proveniente do trabalho, mas da capacidade de equipar o mesmo com novas habilidades e competências fundadas em uma nova técnica.
Como isso, surge uma grande necessidade de se interpretar os fatores que impulsionam o desenvolvimento econômico e humano, as formas de organizações econômicas, as condições de vidas e distribuição de oportunidades em diferentes contextos sociais, bem como compreender as relações estabelecidas no mercado de trabalho e suas qualificações e suas formas de intervenções sobre os mesmos por meio do processo de formação e reestruturação. Além disso, busca-se como compreender e refletir sobre as relações entre o processo educacional e o desenvolvimento econômico da sociedade brasileira e o financiamento da educação. Estes conceitos apresentam estreita ligação com o âmbito de minha atuação profissional, enquanto profissional da educação, educador e gestor que apresenta preocupação e desenvolve políticas educacionais comprometidas com a qualidade da educação para a formação do sujeito autônomo, com plenas condições de exercer o seu potencial profissional e de cidadão.
A minha experiência profissional se dá no âmbito do Terceiro Setor onde apresentamos profunda preocupação com a Responsabilidade Social Corporativa Empresarial e com as práticas transformadoras da realidade, a fim de reduzir as injustiças sociais, combater e denunciá-las, apresentando compromisso com a educação e a criação de uma sociedade mais justa e solidária. Dessa maneira, atuamos no setor de Educação com foco na excelência da formação do cidadão, crítico, reflexivo e autônomo para que possa agir e transformar o seu meio superando padrões preestabelecidos que operam na lógica perversa do sistema educacional em uma sociedade estratificada e de suas práticas pedagógicas excludentes delas decorrentes.
Nesse contexto, entendemos que uma sociedade que enfatiza excessivamente a técnica e perde a capacidade de dialogar e estabelecer valores comuns, acordos, pactos, fins compartilhados e legítimos constitui-se em uma sociedade que se destruirá. Portanto a relação da economia com a educação deve ser pautada menos na racionalidade técnica, no modelo organizacional clássico e pautar-se muito mais em fortalecer nossa capacidade de estabelecer regras e normas de uma convivência civilizada.
Com o advento da Era da Informação, a mudança acelerou o mundo dos negócios e se transformou em um ambiente extremamente instável e turbulento, provocando necessidades de organizações vivas, orgânicas e flexíveis, assim como pessoas mais qualificadas, capazes de desempenhar alta performance profissional e pessoal, de desenvolver melhor as suas capacidades dentro das estruturas econômicas, e dessa maneira gerar riquezas em um sistema vivo e complexo e integrado.
O papel insubstituível da educação e dos educadores no mundo contemporâneo e dos sistemas educacionais são um dos últimos espaços que restam que podem ser espaços essencialmente comunicativos. E a sua finalidade além de desenvolver competências e habilidades deve ser a de desenvolver valores, valorizar a comunicação dialógica e a própria linguagem centrada na palavra, a linguagem humana por excelência. Espaços em que as interações humanas continuam a existir sem que estejam dominadas pela unidirecionalidade e a velocidade, em que se formam grupos, em que se trabalha em escala controlável pela comunidade, em que se valoriza a memória, que são componentes essenciais de qualquer projeto civilizatório.
Se vislumbramos um desenvolvimento econômico e uma educação mais justa, que favorece a distribuição igualitária de bens materiais e de conhecimento, usemos a economia e a técnica, mas olhando para as pessoas. E nesse sentido conceber a educação como práxis permeada por incertezas e indeterminações, porém comprometida com o destino dos seres humanos. Apresentar um comprometimento com o presente, no entanto sem desconsiderar o compromisso com o futuro sustentável das gerações vindouras.
Por fim, só merecerá ser denominada de “civilizada” uma sociedade que trate a educação como um direito subjetivo das pessoas, como uma prática voltada para alargar seus horizontes humanos, estabelecer conexões, exercitar o diálogo entre várias especialidades, como um fim em si. E não como um instrumento para adequar as pessoas às necessidades de um mercado cada vez mais predatório e insustentável. É um imperativo a busca pela superação do paradigma da organização como máquina, voltada para o controle e eficiência apenas, e passar a se comportar como um organismo vivo gerando desenvolvimento sustentável, atuando como um cérebro gerando aprendizagens organizativas e no aspecto cultural gerando e transformando valores e crenças rumo a uma visão holística e de sustentabilidade planetária.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
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