De acordo com Zabala (1998, p. 196), “a avaliação é um processo em que sua primeira fase se denomina avaliação inicial”. O
conhecimento do que cada aluno sabe, sabe fazer e como é, é o ponto de
partida que deve nos permitir, em relação aos objetivos e conteúdos de
aprendizagem previstos, estabelecer o tipo de atividades e tarefas que
tem que favorecer a aprendizagem de cada menino e menina. Já para o
mesmo autor, “o conhecimento de como cada aluno aprende ao longo do
processo ensino/aprendizagem, para se adaptar às novas necessidades que
se colocam, é o que podemos denominar de avaliação reguladora ou formativa”.
Na sua compreensão, por formativa entende-se a avaliação que tem como
proposito “a modificação e a melhora continua do aluno que se avalia;
quer dizer, entende que a finalidade da avaliação é ser um instrumento
educativo que informa e faz uma valoração do processo de aprendizagem
seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo momento,
as propostas educacionais mais adequadas”. (ZABALLA, 2010, p. 200)
A
avaliação final ou somativa refere-se aos resultados obtidos e aos
conhecimentos adquiridos, e o termo avaliação somativa ou integradora
para o conhecimento de todo o percurso do aluno. Esta avaliação somativa
ou integradora é entendida como um informe global do processo, que, a
parir do conhecimento inicial (avaliação inicial), manifesta a
trajetória seguida pelo aluno, as medidas específicas que foram tomadas,
o resultado final de todo o processo e, especialmente, a partir deste
conhecimento, as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou
o que é necessário fazer de novo. (ZABALA, 1998, p. 201).
A
escola não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o examina, ou
seja, denominamos nossa prática de avaliação, mas, de fato, o que
praticamos são exames. Essa afirmação ocorrer em função das
características básicas, de um lado, do ato de examinar e, de outro, do
ato de avaliar. Ocorrem com desempenho final e no processo de exame não
há preocupação como o aluno ou a aluna chegou à resposta, importa
somente a resposta. Uma outra característica diz respeito aos exames que
são sempre pontuais, o que significa que não interessa o que estava
acontecendo com o educando antes da prova, nem interessa o que poderá
acontecer depois. Só interessa aqui e agora. Isso envolve classificação e
exclusão temporária ou definitiva dos que não atingem o desempenho
esperado.
O
autor chama a atenção a desconsideração do ato de avaliar que implica
processualidade, não pontualidade, dinamismo, inclusão, diálogo. (LUCKESI,
2011, p. 205) A adoção do ensino por objetivos tem como funcionalidade
oferecer ao educador um recurso metodológico que proporcione o sucesso e
não o fracasso das praticas educativas. O exame apresenta caráter de
punição e não de progressão da aprendizagem do educando. A nota neste
contexto apresenta-se como uma possibilidade de recompensa pelo esforço
empreendido por patê do educando para a construção da sua aprendizagem.
Para
Luckesi (2011, p. 208), “o aproveitamento não vem nem da ameaça nem do
medo da reprovação, mas sim de uma orientação e/ou reorientação
consistentes e constantes da aprendizagem, mediante adequados
procedimentos de ensino”. Assim, cabe ao professor buscar entender como
o aluno aprende para saber como ensinar. Nesse contexto, o ensino por
objetivos refere-se a ações planejadas com um resultado de aprendizagem a
ser atingido pelo educando no final do processo educativo. Havendo
atingido os objetivos de aprendizagem estabelecidos, parte-se para novo
patamar de ensino e de aprendizagem.
Para
Zabala (1998) a abrangência dos objetivos por parte de cada aluno é um
alvo que determina o conhecimento dos resultados e dos processos de
aprendizagem que os alunos seguem. A melhoria da qualidade do ensino
deve estar diretamente vinculada às formas de avaliar e de realizar
intervenções pedagógicas por parte dos professores, de forma que a ação
avaliadora observe simultaneamente os processos individuais e os
grupais. E complementa “[...] o conhecimento de como os meninos e
meninas aprendem é, em primeiro lugar, um meio para ajuda-los em seu
crescimento e, em segundo lugar, é o instrumento que tem que nos
permitir melhorar nossa atuação na aula”. (ZABALA, 1998, p. 201)
Referências
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez Editora, 2011.
ZABALA, Antoni. A Prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artemed, 1998.
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