quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Avaliação somativa

De acordo com Zabala (1998, p. 196), “a avaliação é um processo em que sua primeira fase se denomina avaliação inicial”. O conhecimento do que cada aluno sabe, sabe fazer e como é, é o ponto de partida que deve nos permitir, em relação aos objetivos e conteúdos de aprendizagem previstos, estabelecer o tipo de atividades e tarefas que tem que favorecer a aprendizagem de cada menino e menina. Já para o mesmo autor, “o conhecimento de como cada aluno aprende ao longo do processo ensino/aprendizagem, para se adaptar às novas necessidades que se colocam, é o que podemos denominar de avaliação reguladora ou formativa”. Na sua compreensão, por formativa entende-se a avaliação que tem como proposito “a modificação e a melhora continua do aluno que se avalia; quer dizer, entende que a finalidade da avaliação é ser um instrumento educativo que informa e faz uma valoração do processo de aprendizagem seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo momento, as propostas educacionais mais adequadas”. (ZABALLA, 2010, p. 200)


A avaliação final ou somativa refere-se aos resultados obtidos e aos conhecimentos adquiridos, e o termo avaliação somativa ou integradora para o conhecimento de todo o percurso do aluno. Esta avaliação somativa ou integradora é entendida como um informe global do processo, que, a parir do conhecimento inicial (avaliação inicial), manifesta a trajetória seguida pelo aluno, as medidas específicas que foram tomadas, o resultado final de todo o processo e, especialmente, a partir deste conhecimento, as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou o que é necessário fazer de novo. (ZABALA, 1998, p. 201).

A escola não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o examina, ou seja, denominamos nossa prática de avaliação, mas, de fato, o que praticamos são exames. Essa afirmação ocorrer em função das características básicas, de um lado, do ato de examinar e, de outro, do ato de avaliar. Ocorrem com desempenho final e no processo de exame não há preocupação como o aluno ou a aluna chegou à resposta, importa somente a resposta. Uma outra característica diz respeito aos exames que são sempre pontuais, o que significa que não interessa o que estava acontecendo com o educando antes da prova, nem interessa o que poderá acontecer depois. Só interessa aqui e agora. Isso envolve classificação e exclusão temporária ou definitiva dos que não atingem o desempenho esperado.

O autor chama a atenção a desconsideração do ato de avaliar que implica processualidade, não pontualidade, dinamismo, inclusão, diálogo. (LUCKESI, 2011, p. 205) A adoção do ensino por objetivos tem como funcionalidade oferecer ao educador um recurso metodológico que proporcione o sucesso e não o fracasso das praticas educativas. O exame apresenta caráter de punição e não de progressão da aprendizagem do educando. A nota neste contexto apresenta-se como uma possibilidade de recompensa pelo esforço empreendido por patê do educando para a construção da sua aprendizagem.

Para Luckesi (2011, p. 208), “o aproveitamento não vem nem da ameaça nem do medo da reprovação, mas sim de uma orientação e/ou reorientação consistentes e constantes da aprendizagem, mediante adequados procedimentos de ensino”. Assim, cabe ao professor buscar entender como o aluno aprende para saber como ensinar. Nesse contexto, o ensino por objetivos refere-se a ações planejadas com um resultado de aprendizagem a ser atingido pelo educando no final do processo educativo. Havendo atingido os objetivos de aprendizagem estabelecidos, parte-se para novo patamar de ensino e de aprendizagem.

Para Zabala (1998) a abrangência dos objetivos por parte de cada aluno é um alvo que determina o conhecimento dos resultados e dos processos de aprendizagem que os alunos seguem. A melhoria da qualidade do ensino deve estar diretamente vinculada às formas de avaliar e de realizar intervenções pedagógicas por parte dos professores, de forma que a ação avaliadora observe simultaneamente os processos individuais e os grupais. E complementa “[...] o conhecimento de como os meninos e meninas aprendem é, em primeiro lugar, um meio para ajuda-los em seu crescimento e, em segundo lugar, é o instrumento que tem que nos permitir melhorar nossa atuação na aula”. (ZABALA, 1998, p. 201)

Referências
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez Editora, 2011.
ZABALA, Antoni. A Prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artemed, 1998.

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